Rompimento de Sangradouro Pode Destruir Casas


Com esta frase o coordenador da CAGEPA de Água Branca, Sandro Correia, definiu a atual situação do principal reservatório de Água do município. O açude Bom Jesus/Poço Comprido está sangrando desde 28 de março com meio metro de altura acima da sua capacidade máxima que é de 14.174.384 metros cúbicos. No local do sangradouro, a estrada que dar acesso ao povoado Lagoinha foi consumida pela força da água e os moradores da localidade e de alguns sítios vizinhos temem o rompimento que pode carregar animais, destruir plantações e, possivelmente, invadir residências.
Mesmo sabendo do risco, populares aproveitam a abundância de Água para tomar banho. Outros, evitam os desvios para chegar até a cidade e atravessam a correnteza de canoa. Detalhe: as motos também são transportadas em canoas. Vários canoeiros estão de prontidão no transporte que custa R$ 2,00 por pessoa.
Dona Maria das Dores dos Santos, agricultora aposentada, mora por trás da parede do açude e demonstrou grande preocupação devido às condições do reservatório. Segunda ela, há muitos anos não se faz manutenção no açude, as calhas estão entupidas e as fortes chuvas e a erosão já provocaram a abertura de dois buracos e infiltramentos na parede. “Tenho muito medo e já mandei tirar meus trocinhos daqui”, disse dona Maria. Acrescentou que o esposo também já retirou os animais do local.
O senhor Zé Eudes também mora em uma casa a poucos metros do açude junto com sua esposa e mais oito crianças.
Agente Operacional da CAGEPA, Paulo Correia Chaves disse que não acredita no arrombamento do açude, mas admitiu que existe os buracos e as infiltrações. O fato do açude não possuir um zelador pode ter contribuído para o estado de má conservação. “Só o estudo de engenheiros poderá dizer com precisão se existe possibilidade de arrombamento”, disse Paulo Correia que concluiu ao afirmar que alguns moradores, amedrontados, mudaram-se do local.
Através da solicitação de órgão municipal, as comportas do açude já foram abertas, mas o nível da Água baixou muito pouco.
As fortes chuvas na região provocaram outros prejuízos como a queda da ponte que liga Água Branca ao Pernambuco e nas proximidades do Sítio Arroz, a erosão na PB 306 que liga a cidade ao seu principal centro comercial (Patos) já provocou um acidente e está bastante comprometida. A tendência é impedir o tráfego dentro de poucos dias.

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